Alunos Bolsa ANDO concluem Mestrado Integrado em Medicina com Tese em Displasias Ósseas e Nota 20

É com enorme satisfação que a ANDO Portugal dá os parabéns aos alunos Ana Sofia Correia e Diogo Pontes pela importante etapa das suas vidas académicas que concluíram com tanto mérito e de forma irrepreensível, ambos com 20 valores. A Ana e o Diogo foram os estudantes que participaram na edição 2022 da Bolsa ANDO em Leiden (Países Baixos), no Leiden University Medical Center (LUMC).

Os seus trabalhos finais, realizados na área das Displasias Ósseas, que consistem na Tese de Mestrado Integrado em Medicina, são o culminar daquilo que é o grande objetivo da Bolsa ANDO: promover o conhecimento, o interesse académico e científico nesta área negligenciada, através de novos trabalhos com este nível de dedicação e reconhecimento. O Diogo e a Ana simbolizam o resultado que a ANDO procura quando criou esta iniciativa pioneira. 

Por isso mesmo, este acontecimento marca um dia importante para a ANDO e, para lhe dar continuidade, anunciamos que o Diogo e a Ana Sofia estarão presentes no 3º Congresso ANDO no próximo ano (em data e local a divulgar) para apresentar os seus trabalhos.

Em breve, a ANDO vai divulgar as Teses de Mestrado da Ana (TRPV4 skeletal disorders: assessment of phenotypic spectrum and impact on quality of life of Portuguese patients) e do Diogo (Displasia Fibrosa - Otimização do Seguimento) no site.

Por agora, deixamos as palavras dos dois alunos, em resposta a uma pequena entrevista:

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Ana Sofia Correia

Aluna do ICBAS - Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar

1. Como foi a experiência da Bolsa ANDO?

Ana Sofia Correia: A experiência da Bolsa ANDO foi extremamente enriquecedora quer em termos académicos, profissionais quer pessoais. Realizar um estágio num hospital fora do meu país, algo que até então nunca tinha feito, e para além disso num centro de referência para as displasias ósseas permitiu-me não apenas expandir os meus conhecimentos sobre esta área, até então relativamente incógnita para mim, como também vivenciar uma cultura, sistema de saúde e forma de trabalho diferentes.

Tive a oportunidade de conviver e ver o trabalho de especialistas renomados na área das displasias ósseas, o que aumentou não só o meu conhecimento nesta área, mas também admiração pela mesma e pelo trabalho desenvolvido por cada um dos médicos. Tal inspirou-me para o trabalho que mais tarde desenvolveria como minha tese de mestrado, sempre com o apoio da ANDO. De salientar ainda a organização deste estágio por diferentes áreas, realçando a importância da multidisciplinariedade na abordagem destes doentes que podemos, então, de perto observar ao longo do estágio. Bem como a rica comunicação entre colegas e a abordagem com foco no doente.

Esta bolsa, quer pelo estágio, pelo trabalho, quer pelas pessoas que trouxe consigo foi claramente uma mais-valia para mim nas diversas áreas da minha vida e com toda a certeza teria-me candidatado de novo.


2. O que a Bolsa ANDO e a tese focada nas displasias ósseas trouxeram em termos académicos e profissionais?

Ana Sofia Correia: A Bolsa ANDO abriu-me portas para um trabalho de grande importância e dimensão que, de outro modo, duvido que teria sido possível. Através desta Bolsa e do tema escolhido tive a oportunidade única de realizar um estudo multicêntrico, de poder contactar com profissionais e hospitais fora do âmbito da minha universidade, estudar e conhecer cada uma das pessoas por detrás desta doença rara e ainda realizar uma casuística nacional.

Permitiu-me alargar horizontes, fazer mais e estudar algo para além daquilo que nos é ensinado ao longo de 6 anos de curso. Saio indubitavelmente mais rica desta experiência, com bases mais sólidas em termos de realização de um artigo, colaboração inter-hospitalar, multidisciplinar e entre colegas que serão sem dúvida aptidões com grande importância para o meu percurso enquanto profissional médica que agora se inicia.

Esta tese, aliada à Bolsa ANDO, permitiu-me estudar uma área não retratada no curso de Medicina, permitiu-me ver além da doença, olhar para o doente e entendendo-o como uma parte essencial na compreensão da condição médica, uma visão que considero tão importante quanto a ciência por trás da mesma e, por fim, permitiu-me um fim notável deste percurso académico, fomentando em mim o interesse quer pela área quer pela investigação académica que conto continuar no futuro.

 

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Diogo Pontes

Aluno da Faculdade de Medicina de Coimbra

1. Como foi a experiência da Bolsa ANDO?

Diogo Pontes: A participação na Bolsa ANDO foi uma oportunidade única para conhecer um centro de referência europeu e aprender mais sobre um grupo de patologias sobre as quais tinha um conhecimento meramente superficial. O contacto com uma realidade diferente, quer a nível de sistema de saúde, quer a nível de contacto com o utente foi essencial para melhor compreender a transversalidade dos desafios que nos são apresentados no dia a dia do exercício da profissão médica e assim, conseguir adaptar a nossa atuação de forma a oferecer os melhores cuidados possíveis.

Igualmente importante foi o espirito de comunidade que encontrei dentro da própria associação (ANDO), quer a nível mais clínico, com ajuda na compreensão das várias entidades, quer a nível mais prático, com questões socioeconómicas ou de acessibilidade.

 

2. O que a Bolsa ANDO e a tese focada nas displasias ósseas trouxeram em termos académicos e profissionais?

Diogo Pontes: Em termos práticos, esta iniciativa permitiu o desenvolvimento da Equipa Multidisciplinar de Displasias Ósseas da ULS Coimbra, especificamente na área da Displasia Fibrosa, a nível do seguimento destes utentes nas variadas consultas e definição de papéis dentro da mesma equipa, para além da introdução de uma nova abordagem técnica a nível da Medicina Nuclear.

No entanto, a relevância deste trabalho, a nível pessoal e profissional é muito mais ampla – o contacto com uma patologia rara e complexa, em termos de manifestações e seguimento; a abordagem multidisciplinar, tendo como ponto de partida a análise da especialidade e a sua conexão com as restantes disciplinas; o seguimento "do início ao fim" e o acesso a informação pormenorizada de vários casos; o contacto com especialistas da área, a nível internacional – quer no seu teor académico e profissional, quer a nível de desenvolvimento de capacidades não técnicas, que certamente serão da maior importância no meu futuro.

 

A Bolsa ANDO é uma iniciativa inovadora promovida integralmente pela ANDO que consiste numa oportunidade para estudantes de cursos de saúde em Portugal aprenderem com as mais conceituadas equipas do mundo em displasias ósseas. Depois de EUA, Países Baixos e Noruega, a edição 2024 realiza-se no Aarhus University Hospital, na cidade de Aarhus (Dinamarca). Saiba mais aqui.

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