Em algum momento da nossa vida, todos já sentimos dor. Sabemos, portanto, que a dor não é uma experiência puramente física, mas que também tem um impacto emocional. A dor pode funcionar como um sinal de aviso para uma lesão (iminente ou real), desempenhando um papel importante na prevenção e restabelecimento das funções normais do corpo. No entanto, nem sempre é este o caso. A dor também pode ser sentida após a lesão ter sido tratada - este é o caso da dor crónica.
TIPOS DE DOR |
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Dor Nocicetiva (aguda) |
É causada por danos no corpo e serve um propósito protetor. Alguns exemplos são dores nas articulações, osteoartrite, dor lombar ou lesões desportivas e dor pós-cirúrgica. |
Dor Inflamatória (Aguda) |
Normalmente localizada, é sentida quando há danos nos tecidos moles musculoesqueléticos. |
Dor Neuropática |
Causada por danos ou doenças afetando o sistema nervoso, muitas vezes sem sinais físicos. Este tipo de dor tende a ocorrer depois de uma lesão corporal, mas muitas vezes não há uma fonte óbvia e pode ocorrer espontaneamente. |
Dor Crónica |
É uma dor prolongada, de difícil identificação temporal e/ou causal, que causa sofrimento, podendo manifestar-se com várias características e gerar diversos estádios patológicos. |
"A dor é uma experiência sensorial ou emocional desagradável associada a lesão tecidular, real ou potencial, ou descrita em função dessa lesão"1.
É um fenómeno extraordinariamente complexo que vai além dos sintomas físicos. Por isso, deve ser considerada como uma experiência subjetiva e individual, por isso o relato de uma pessoa sobre uma experiência de Dor deve ser respeitado. Afinal, quem nunca pensou: "Da minha dor só eu sei!".
FATORES QUE INFLUENCIAM A PERCEÇÃO DA DOR |
CULTURAIS |
PSICOSSOCIAIS |
CLÍNICOS |
A perceção da dor é influenciada por diversos fatores. Estes fatores podem ter um impacto diferente nas pessoas. |
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No entanto, a descrição verbal é apenas um dos vários comportamentos possíveis para expressar a Dor; a incapacidade de comunicar através de palavras, seja por um bebé ou por um adulto, não nega a possibilidade de que sinta dor. Daí ser importante a utilização de escalas de avaliação da Dor, como esta que se baseia nas expressões faciais:
Fig. 1. Escala facial da Dor (revista). Créditos: Hicks et al., 2001. p. 1762.
Fig. 2. Focos de dor em distintas displasias ósseas.
Consulte o Manual Interativo da Dor da SIP PT (Plataforma para o Impacto Social da Dor):
Abrir Manual
Programa Nacional para a Prevenção e Controlo da Dor
O controlo da dor é um direito das pessoas e um dever dos profissionais de saúde. No final dos anos 90, a DGS reconheceu a necessidade de melhorar a abordagem da dor em Portugal. Da sua interação com a Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) resultou o primeiro documento estratégico, o Plano Nacional de Luta Contra a Dor, em 2001. A este, seguiram-se o Programa Nacional de Controlo da Dor (2008) e o Plano Estratégico Nacional para a Prevenção e Controlo da Dor (2012).
Cosulte a versão atual (2017) do Programa Nacional de Controlo da Dor:
Saiba mais sobre:
Referências:
Hicks CL, et al. The Faces Pain Scale-Revised: toward a common metric in pediatric pain measurement. Pain. 2001 Aug;93(2):173-183. doi: 10.1016/S0304-3959(01)00314-1. PMID: 11427329.
Outras fontes: